terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

.capítulo décimo quinto: os bares de almagro.


Logo que me mudei para Buenos Aires eu vivia como qualquer outro gringo que vive aqui. Meu circuito de bares, por exemplo, não ia muito além dos clássicos de Palermo e San Telmo. E tudo bem, né?! Tem vários bares legais por aí. Mas vou contar um segredo pra vocês, gente, esses bares nunca foram muito a minha onda, sabe?!  Tipo, eu ainda vou e tal. Quando os amigos querem ir eu acompanho sem problemas. Mas se tenho uma visita que me diz “pode me levar pra qualquer bar”, meus olhinhos brilham e eu penso: ALMAGRO! Hahaha
Pode ser que um monte de gente te diga que Almagro não tem nada demais. Agora, e se eu te contar que Carlos Gardel era super habitué dos tangos do bairro e até compôs música em homenagem a ele? Rá!  Almagro é da boemia, gente! É tudo tão boêmio, tão relax, a cerveja é mais barata, a comida não é variada, mas é honesta... Por isso eu queria indicar para vocês os quatro bares do meu coração (atualmente) de Almagro! Vambora!

do facebook do Ladran

O Ladran foi o primeiro bar que me tornou uma frequentadora mais assídua do bairro de Almagro. Não lembro mais direito como foi que eu fui parar aí pela primeira vez, admito. Mas, desde então, é muito do coração. A música não era o eletrônico de sempre, MUITO pelo contrário! As terças tem jam sessions (fala se não é boemia pura?!) e as quintas costumava ter show do grupo Luz Buena! Tem dia de tango também, mas confesso que nunca fui... Confira a programação da casa no link lá do nome para informações mais atualizadas, ok? A cerveja é barata e a comida, bem, confesso, que é apenas honesta, tá? Não espere comer a melhor empanada de Buenos aí. Mas no meu grupo de amigas, o Ladran ficou conhecido como o bar de onde ninguém saia sozinha e tem até casal que tá junto até hoje! ;) É uma portinha super discreta, nem parece um bar do lado de fora. Mas entre e seja feliz!


Esse foi dica da minha amiga, ex roomate, e eterna esposa: Mariposa. Aqui a musica é pano de fundo. Pra falar a verdade nem lembro se toca música ambiente... rs M Era o bar dela do coração e rapidamente se tornou o ponto de encontro das nossas noites de fofoca com as amigas, porque esse é bom mesmo de sentar e jogar muita conversa fora. Mesmo esquema de bebida barata e comida honesta. De dia a Casona é centro cultural e oferece cursos interessantes. Qualquer dia quero ver se experimento um! Mais informações no link lá do nome!


do facebook do Boliche
Esse foi dica de um amigo que morou aqui uns anos, num email de quando eu vim visitar Buenos uma vez. Um dia, um amigo que estava de visita foi e eu não pude acompanha-lo, só que ele voltou falando super bem da noite e um dia tive que tirar pra ir ver! Nesse bar a música é o tango. Num palquinho de 2 por 2, os músicos – quase sempre em dupla – se espremem para tocar os tangos mais lindos que eu já vi em Buenos. Quase sempre vou levando as visitas para que vejam um tango que não é o turistão, cheio de bailarinos, do Café Tortoni ou Señor Tango. Aqui é tango roots, gente. São senhores de idade, às vezes, com vocês incríveis, fazendo você se emocionar e desejar ter vivido em 1930, sei lá. Rs Da última vez que fui, lembro de ter tido a sensação que a cerveja já havia sido mais barata aí, mas não importa, o charme da noite compensa!

do facebook do Troquet

Esse é adição recente a lista. Também indicado pela Mari. Se tornou rapidamente queridinho porque atualmente deve ter a cerveja mais barata de Buenos Aires até onde meu fígado me deixou averiguar! Mesmo clima da Casona de Humuaca: bar de sentar com os amigos e jogar muuuita conversa fora.

Como vocês devem ter percebido, cerveja barata é denominador comum em todos esses bares. Só que outro denominador comum é que eles lotam, tá?! Não pode dar mole e chegar no horário portenho das 23h, ou pode ser que não role mesa! Aproveita que você não nasceu em Buenos Aires e vai mais cedo pra garantir seu lugarzinho ao sol, ok?! Qualquer dia a gente se esbarra num deles! ;)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

.capítulo décimo quarto: dica musical #01.


Ontem foi dia dos namorados em terras argentas (ou do samba lentín, como a comunidade brasileira bem falou! Rs) e curti um programinha que acho que rende um primeiro bom post de uma nova fase para esse blog: dicas. A verdade é que ao longo do tempo que levo morando aqui fui colecionando uma porção de dicas que compilei em words e passei para todos os amigos, parentes, conhecidos – e provavelmente desconhecidos também. No entanto, nunca tinha me animado, de verdade, em começar a postar as dicas porque conheço gente que tem muito mais experiência que eu nessa coisa morar em Buenos Aires + blog de dicas, sabe? Só que ultimamente eu tenho pensado em muitas dicas legais para dar, coisas novas que tenho experimentado fazer. É que cada vez eu curto mais fazer programas locais, mais fora do circuito turístico e, pode ser, que quem chegue aqui esteja procurando por isso: conhecer, também, a Buenos off, né?
Voltando ao tema de hoje. Blá blá blá, dia dos namorados. Eu e namorado íamos no básico: aproveitar a desculpa do dia para ir experimentar um restaurante novo (não que a gente precise muito de desculpa pra isso... rs), no que ele sugere de irmos a ver um show de uma dupla que faz umas músicas mais tirando pro folk e tal e me apresenta a delícia Flopa Minimal.

Flopa por Alejandro Pihué
Flopa Lestani foi baixista de um trio feminino importante no underground das terras argentas, o Mata Violeta, lá pelos idos dos anos 90. Teve outras bandas, se apresentou nas bandas de outros músicos e em 2004 lançou seu primeiro disco solo, chamado Dulce fuerte Grave. Em 2003, Flopa se juntou com Mariano Esaín e Ariel Minimal no projeto Flopa Manza Minimal.

Minimal por Rodrigo Alfaro
Minimal, ou Ariel Gustavo Sanzo, é cantor e guitarrista do grupo de rock Pez, mas ficou conhecido mesmo quando foi convidado para integrar a banda Fabulosos Cadillacs – grandes da música por aqui que eu acho que compararia com, sei lá, Paralamas, para vocês terem uma noção da dimensão da coisa, tipo, não tem um argentino que não conheça, saca? Minimal passou por um bocado de outras bandas, outros projetos e tem carreira solo também!

Capa de La Piedra En El Aire
Escutando o último da dupla, intitulado La Piedra En El Aire (disponível para download gratuito na página na dupla) eu esperava um show super tranquilo, fofinho, folks, etc e tals. E foi isso. E foi mais. Os dois são muito figuras! Era de morrer de rir os comentários entre as músicas. Super boêmios até o último fio de cabelo, parecia que eu tava na casa de amigos, ouvindo outros amigos tocarem. Tudo muito divertido, descontraído e feliz.

Se você curte esse tipo de trilha sonora, recomendo a escuta! E se está por Buenos Aires hoje, tem repeteco do show lá no Ultra Bar (San Martín, 678). Um videozinho no youtube para introduzir se você ainda não clicou em algum dos milhares de links que deixei pelo post: